quarta-feira, 25 de março de 2009

Devaneios 1

Tem dia que tudo pesa, até o ar. É aquele medo involuntário do que está por vir e do que não vem. Um pânico generalizado do insatisfatório presente, a falta de confiança no futuro.
São dias marcados pela tristeza, pela solidão intrínseca dos pensamentos. Momentos em que só refletimos sobre o que já tivemos e não temos mais, sobre o que gostaríamos e não podemos.
Ficamos irritados com as cobranças, com as pressões, com as piadas de péssimo gosto - tudo com a intenção (será?) de te puxar pra cima, de te empurrar para frente. No fim só servem para cutucar a ferida e retomar a hemorragia.
Sentimos como se o mar morto nos tivesse engolido... Há solidão maior do que um oceano estéril?
Não há nada em volta além de sua teia pessoal. Uma teia que todos temos: nossa teia mental.
Somos pequenas moscas presas, atormentadas pela presença da aranha, a qual nos bombardeia com dúvidas, memórias, sonhos, ilusões... Uma verdadeira ameaça a nossa sanidade!
Sentimo-nos agoniados... Uma sensação absurda de que nada se move, nem mesmo os ponteiros dos relógio. Como se cada segundo que o tempo anda para frente, o ponteiro movesse dois para trás.
Ficamos acorrentados a um medo insensato da vida. Presos à âncora da sociedade, de valores absurdos e cobranças exacerbadas!
Nossos dias são tediosos e nossas noites insones! Tudo é insípido. Inclusive nós, figuras inertes diante do maremoto.
Uma alusão ao buraco negro que nos consome e ninguém percebe. Passam por você e perguntam "tudo bem?" já dando a resposta na pergunta, exigindo que esteja tudo bem, intensamente superficial, sem interesse no real estado. Não enxergam o mal que consome a alma. Não percebem a turvação do espírito. São incapazes de ver a luta da sua mente!
Da minha mente... Uma luta para vencer barreiras, dificuldades... Uma guerra em busca de quem realmente se é... Um desejo de se recriar...
Como, se nunca foste criado? Primeiro precisa ser gerado, ser parido, tomar forma para se considerar inventado!
A corrente de pensamentos segue bombardeando tanto a mosca na teia quanto o ser preso a um mar morto. A pressão permanece aumentando.
Não há quem entenda, quem apoie, quem console... Aqueles que foram lhe dados para ficarem ao seu lado são desprovidos dessas habilidades. Está só, estou só, estamos todos sós. Compaixão está em falta no mercado. Dizem que a empatia está extinta...
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- Mais textos e poemas?

3 comentários:

Fausto Faria de Matos disse...

Todos têm devaneios. Bonito blog.

GabrioLLeta disse...

Você quem escreveu?
Saudades de tú sabia???

Bjo*

Sandra Matano disse...

gostei daqui
teu blog é uma graça


bjo