sexta-feira, 26 de junho de 2009

Goodbye Mr. Jackson. Have peace in the another life...

"É tão estranho... Os bons morrem antes.
Assim parece ser quando me lembro de você,
E de tanta gente que partiu cedo demais...
...
Não é sempre, mas eu sei que você está bem agora!
Só que nesse ano o verão acabou cedo demais..."

Michael é mais um entre tantos espíritos dotados de intensa sensibilidade e extrema bondade, que começa a vida sendo vitima dos demais. Quantos conquistaram o mundo com seu talento e foram massacrados em troca?


Nós somos cruéis com os que idolatramos. A idolatria é um sentimento ruim. Geralmente quem idolatra põe o ídolo acima dos demais, e se põe abaixo desse ídolo. Transforma o idolatrado em foz de sua adoração e de sua inveja. A mesquinhez humana, aquele ácaro que insiste em viver oculto em nossa alma, aquele vírus que precisa ser constantemente combatido nos pequenos instantes de nossos dias, caso contrário se prolifera e nos torna amargos como o fel. Pois então, a mesquinhez humana consome a vida do talentoso como o viciado consome sua pedra de craque: compulsivamente. Consome com tanta avidez que tortura a vida, suga os momentos, mastiga a privacidade, digere sua vida pessoal e íntima. Simplesmente não permite ao ídolo ser gente.

Um artista, um famoso, uma celebridade é como qualquer um de nós. Maria é professora renomada, respeitada e reconhecida. Também é filha, amiga, mãe, afilhada, prima, tia, sobrinha, cliente, paciente, leitora, aluna, colega, madrinha, mãe, esposa, consumidora, passageira etc. Ninguém quer saber qual seu perfume, sua marca de calcinha, seus problemas amorosos.
Mas se Maria fosse essa profissional de sucesso no mundo da moda, do cinema, da televisão, da música; todos dormiriam e acordariam vigiando seus passos, apontando seus erros, comtrolando sua vida pessoal e esquecendo todos os outros papéis que Maria desempenha enquanto ser vivo.

Ter realização profissional nessas áreas é quase como se tornar um bichinho no jardim zoológico aberto 24h. Porque àquelas crianças, que crescem sem abrir mão de seu brilho estelífero nato, não é permitido ser um profissional de sucesso e ao mesmo tempo um individuo qualquer. Infelizmente para os talentos artísticos, o preço atual do sucesso é a fama - sinônimo, na esmagadora maioria das vezes, de deixar de viver para vegetar em função do que o público vai pensar e falar.

Renato Russo já avisava que os bons morrem antes. Foi assim com o próprio Renato, com o Ayrton Senna, com a Elis Regina... Agora com o Michael, quem anseava em recuperar a infância roubada, o senso de família destruído, a vida que nós lhe consumíamos.

Eu me alegro na esperança de que sua alma tenha encontrado a paz que seu espírito tanto procurava. E que o menino Michael tanto merecia.

"Vá com os anjos... Vá em paz..."

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